Vitor Andrade
Folia, agito, alegria e música. Esses adjetivos descrevem o cenário do verão baiano, sobretudo no período da festa momesca.
Mas se por um lado, essa é uma época de extrema diversão para os baianos e turistas que lotam a capital nesse período, o mesmo não acontece quando se trata das paradisíacas e exuberantes praias que fazem parte do circuito turístico de Salvador.
Após a noticia do acúmulo absurdo de lixo no fundo do mar da região entre o Porto e o Farol da Barra, um grupo de surfistas resolveu averiguar e mergulhou no local. E a surpresa não foi nada agradável.
O lixo – que se concentrava em um canal – era formado por uma média de mil e quinhentas latinhas metálicas, garrafas plásticas e restos de abadas, que comprovavam o tamanho descuido por parte da população que compõe esse cenário (nada) festivo.
Descaso - Os surfistas entraram em contato com pelo menos três emissoras de TV, a fim de documentar o impiedoso caos instalado no fundo do mar, sem obter qualquer êxito, com exceção do programa Happy Hour, do canal fechado GNT, em que a apresentadora Astrid entrevistou ao vivo pela web cam o surfista Bernardo, um dos que estavam à frente da ação.
A Baía de Todos os Santos testemunha um cenário de luz e prazer, como cantado nas músicas alegres do carnaval de Salvador. Manter essa característica parece sim, ser a melhor atitude contra esse retrocesso adotado pelos milhares de foliões que invadem as ruas da Barra no carnaval. A folia do fundo do mar foi violentamente agredida, sem chances de defesa, sem música e sem poesia. Jogar o lixo no lixo é uma das mais básicas regras de educação. E ela garantirá uma alegria igual, em todos os pontos da festa.
Fotos: Francisco Pedro / Projeto Lixo Marinho - Global Garbage Brasil
http://www.globalgarbage.org/blog/index.php/2010/03/05/o-fundo-da-folia/
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